Imagine assistir a um vídeo no YouTube, ver um produto que desperta interesse e, sem sair da plataforma, poder comprar com apenas um clique. Esse cenário já é realidade no Brasil com o lançamento do YouTube Shopping, uma ferramenta que conecta criadores, marcas e consumidores de forma integrada.
Neste artigo vamos explorar o que é o YouTube Shopping no Brasil, como ele funciona, quais são os critérios para participar, oportunidades e estratégias para aproveitar ao máximo, e os desafios que marcas e criadores devem encarar. Se você quer estar diante da nova fronteira do social commerce em vídeo, esse conteúdo é para você.
O que é o YouTube Shopping?
- O YouTube Shopping é uma funcionalidade que permite que criadores de conteúdo marquem produtos em vídeos, Shorts e lives, permitindo que os espectadores cliquem e comprem diretamente sem sair da plataforma.
- Também funciona em formato de programa de afiliados: criadores elegíveis podem indicar produtos de outras marcas e receber comissão por vendas originadas das suas marcações.
- Para marcas, é a chance de transformar vídeos em vitrines nativas, com visibilidade integrada à experiência de conteúdo.
- O YouTube ficará responsável por gerenciar links, atribuição de vendas e relatórios, ou seja, você só paga ou remunera quem efetivamente gera conversão.
Chegada ao Brasil e contexto atual
- O anúncio do YouTube Shopping para o Brasil foi feito recentemente, durante o evento Made on YouTube 2025.
- A partir dessa expansão, criadores brasileiros poderão marcar produtos em vídeos, Shorts e transmissões ao vivo.
- Entre os mercados onde o YouTube Shopping já existiam estão os Estados Unidos, Coreia do Sul, Índia, Filipinas e outros.
- A plataforma também traz inovações com suporte de IA, como sugestões automáticas de melhores momentos dos vídeos para transformar em Shorts, dublagem com sincronização labial e recursos de colaboração entre criadores.
Critérios de elegibilidade
Para utilizar o YouTube Shopping no Brasil, os criadores e marcas precisarão atender a alguns critérios. Aqui estão os principais:
Ser elegível para monetização no YouTube
O canal precisa estar aprovado para monetização (AdSense) e cumprir as políticas da plataforma.
- Número mínimo de inscritos ou reputação de canal
Há indícios de que será necessário ter ao menos 10 mil inscritos para participar do programa no Brasil.
- Conteúdo alinhado às políticas de conteúdo
Canais com muitos vídeos para crianças, ou que violem regras de monetização e políticas da comunidade, podem ser excluídos.
- Marcação e conexão de catálogo
É preciso conectar um catálogo de produtos via Merchant Center ou integração que permita que os produtos estejam disponíveis para marcação.
- Operar em categorias permitidas
Algumas categorias podem ser restritas ou exigir aprovação adicional, será importante ficar atento às diretrizes do YouTube.

Oportunidades para Criadores e Marcas
Para criadores de conteúdo:
- Monetização direta sem depender unicamente de ads
Ao marcar produtos e gerar vendas, você recebe comissão mesmo que o espectador não interaja com anúncios.
- Integração da descoberta com a compra
A transição entre ver algo interessante no vídeo e poder comprar na hora reduz o atrito para o usuário.
- Expansão de receita por tipo de conteúdo
Reviews, unboxings, tutoriais, lives de demonstração, rotinas, etc., ganham um novo formato de monetização.
- Colaborações e alcance cruzado
O YouTube anunciou recursos de colaboração entre criadores, o que pode aumentar a visibilidade dos produtos marcados.
- Insights e métricas específicas
Você terá acesso a dados de desempenho dos produtos marcados por meio do YouTube Analytics / Shopping Analytics.
Para marcas e empresas:
- Nova vitrine nativa em vídeo
Em vez de depender apenas de anúncios, sua marca passa a estar presente diretamente no conteúdo dos criadores.
- Comissionamento baseado em resultado
Você paga apenas pelas vendas efetivamente geradas, o que torna o investimento mais controlado e eficiente.
- Acesso a novas audiências
Criadores têm audiência engajada e nichada. Marcar produtos em vídeos pode levar sua marca a públicos que talvez não vissem seus anúncios.
- Relatórios integrados e atribuição
É possível acompanhar, dentro do ecossistema do YouTube, quantas vendas vieram de cada vídeo ou criador.
Estratégias para Atuação Eficiente
Para aproveitar bem o YouTube Shopping, aqui vão estratégias que marcas ou criadores (ou ambos trabalhando juntos) podem usar:
- Escolha de criadores alinhados ao nicho
Não basta grande audiência: o público precisa ter afinidade com os produtos que serão marcados.
- Integração natural no conteúdo
Em vez de uma “venda explícita”, inserir os produtos de forma orgânica no roteiro, em demonstrações, comparativos ou tutoriais.
- Testes A/B em thumbnails e títulos
Com os novos recursos anunciados de testes, experimentar diferentes variações para identificar as que convertem melhor.
- Reutilização de conteúdos
Extrair trechos que funcionaram de vídeos mais longos e transformá-los em Shorts ou clipes com produtos em destaque.
- Lives com interatividade e produto fixado
Durante lives, fixar um produto em tela para que o público acesse rapidamente com um clique.
- Colaboração entre criadores
Usar múltiplos criadores para promover o mesmo produto em diferentes segmentos de público, ampliando o alcance.
- Monitoramento contínuo e otimização
Acompanhar os dados de performance (cliques, conversões, CTR do produto marcado) e ajustar o catálogo, posicionamento, criadores, etc.
Desafios e Pontos de Atenção
- Concorrência e saturação
Canais grandes poderão dominar o espaço de marcação de produtos, dificultando para criadores menores.
- Taxas e comissões
A remuneração poderá variar é importante entender qual será a comissão oferecida e o custo para as marcas.
- Políticas de produto e categorias restritas
Algumas categorias podem não ser aceitas ou exigir aprovação especial.
- Qualidade do catálogo & logística
Se o produto marcado tiver problemas de estoque, entrega ou pós-venda, quem marca pode se queimar com o público.
- Transparência com audiência
Como em qualquer parceria comercial, é fundamental sinalizar de forma transparente que a marcação de produto é uma ação comercial para manter confiança.
- Adaptação ao formato
Criadores que não têm prática em inserir produtos nos vídeos podem precisar treinar narrativa, roteiro e edição para que a integração não pareça forçada.
Exemplo Prático de Uso
Vamos imaginar uma marca de acessórios fitness:
- Marca envia kits de pulseiras inteligentes, garrafinhas, faixas elásticas para um criador de nicho de treinos em casa.
- Ele grava um vídeo “Minha rotina de treino em casa + meus equipamentos favoritos” e marca cada item.
- Durante uma live de treino, mantém fixada a pulseira inteligente para quem quiser comprar ali mesmo.
- A marca monitora qual criador gerou mais vendas e ajusta o mix de produtos.
- Em Shorts com trechos de vídeos de treino, também marca produtos de uso frequente.
Esse ciclo permite testar formatos, produtos e criadores com menor risco e iterar rápido.
O lançamento do YouTube Shopping no Brasil representa uma virada no social commerce em vídeo: aproxima descoberta e compra, dá novas fontes de monetização para criadores e abre uma vitrine premium para marcas dentro de conteúdos que o público já consome.
Para quem atua no marketing digital, como a T42, é uma excelente oportunidade de antecipar estratégias e oferecer serviços novos, como:
- Consultoria para implementação de YouTube Shopping com marcas
- Seleção e gestão de creators para campanhas
- Otimização de conteúdo para maximizar conversões
- Acompanhamento de performance e relatórios estratégicos